O meu coração começou a bater muito forte naquele momento em que te vi,
de tantos autocarros tinhas logo de entrar naquele em que eu estava.
No
momento em que estava a falar a minha voz falhou, o meu peito explodiu, a
minha cara mudou, fiquei baralhada, estranha, com uma dorzinha na
barriga, não sei como explicar, sei que nunca me tinha sentido assim. Eu
a ver-te e tu sem me veres, eu a lembrar-me e tu nem me olhavas, pensei
que estava safa que não me ias ver, para assim não ter de lidar com o
momento de estar bem perto de ti, de te cheirar, de te sentir, mas por
outro lado estava desejosa que olhasses para mim, que visses a mulher em
que me estava a tornar, que visses o meu batom que faz os meus lábios
ficarem tão apetecíveis, o ar confiante que iria transmitir nesse
momento, que percebesses o que perdeste e que te arrependesses de deixar
que os teus problemas individuais afetassem a nossa relação. E com
estes pensamentos todos na minha cabeça e os meus amigos e desconhecidos
à minha volta sentia-me protegida do teu ar que me faz querer ter-te,
mas até que me viste, sorriste e eu pisquei o olho na esperança que isso
chegasse. Mas aproximaste-te de mim, quiseste dois beijos, mas
limitei-me a encostar a cara e fazer o barulho dos labios, no entanto
senti os teus labios na minha pele, aqueles grossos lábios que me
fizeram feliz por várias vezes. E tu dizes que queres um beijo em
condições, a minha resposta foi simples, estou de batom, vou-te sujar e a
tua foi apenas não quero saber. ficaste com a marca do meu batom na tua
bocheca, coisa que me enerva, visto que mais uma vez parte de mim
estava contigo, que mais uma vez tinha vontade de te ter, de não te
largar. Por essa razão quis limpar a marca com a minha própria mão.
Afastaste-te depois, acalmei, mas depois quando sorrias para mim, esquece, com esse sorrisinho branco que eu adoro e essa cara de
esquilo que eu tanto gosto, nem quero pensar. Quanto mais penso mais me
perco em ti ...